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Em um cotidiano político, rejeitar a política é ilusão.

Atualizado: 8 de fev.

Compreender a importância e presença da política no nosso dia a dia é um passo fundamental para aceitar que ignorar a política é uma ilusão.

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Em um cotidiano político, rejeitar a política é ilusão.


O distanciamento da Política


A indignação e a descrença na política, somados à polarização dos últimos anos, têm afastado cada vez mais a sociedade da política.


Corrupção, escândalos, promessas não cumpridas, desigualdade social, falta de oportunidades e tantas outras questões que parecem indissolúveis marcaram a gestão pública e alimentaram na sociedade a crença de que a política é assim e sempre será assim.


Pela apatia e rejeição ao tema, vem o pensamento de que: “Política não serve pra nada”.


Será mesmo?


Afinal, o que é política?


Não há um consenso quanto a conceituação de “política”, mas, todas as definições existentes convergem para a ideia de política como um meio de regulação das relações humanas, visando resolver conflitos por meio de articulação e alinhamento de interesses, aplicada principalmente em relações de poder e tomada de decisão.


Um dos conceitos mais difundidos diz que “A palavra política tem origem no termo grego politiké, que é a união de outras duas palavras gregas: pólis e tikos. Polis significa cidade e tikos é um termo que significa o bem comum dos cidadãos. Assim, politiké era um termo grego que significava governo da cidade para o bem comum de todos os cidadãos-”


Considerando que somos seres sociais, essa conceituação faz muito sentido pra nós, por explicitar a importância da governabilidade e organização do ambiente em que vivemos para o bem de todos, colocando a política no centro do nosso cotidiano.

Sendo por meio de mecanismos de gestão pública e da participação dos indivíduos nas decisões públicas, que a política numa democracia constitui e organiza decisões (em forma de leis) que definem nossa forma de vida. Gerando oportunidades econômicas, de emprego, segurança, educação, saúde e por aí vai.

Ok, até agora temos a ideia de funcionamento do exercício político profissional, por políticos na gestão do Estado. Mas, não paramos aqui.

Voltemos à definição de política como: “regulação das relações humanas”, para pensar em quantos grupos sociais pertencemos e como precisamos participar e contribuir nas decisões desses grupos, para o bem de todos.

Família, trabalho, vizinhança, escola, amigos, entre outros, sempre enfrentam conflitos em sua convivência normal. E são as regras definidas a partir de articulações de interesses, que vão organizar e resolver esses conflitos.

Seja entre pais e filhos que decidem o jantar, equipe de trabalho priorizando tarefas ou professor e alunos escolhendo o novo uniforme. O fazer político acontece também, portanto, fora de ambientes públicos, em nossos espaços privados, em grandes ou pequenas decisões, o tempo todo.

E como a prática política acontece na sociedade civil?


Articulando em prol de interesses particulares, indivíduos se auto-organizam em prol de causas comuns, criando coletivos como ONGs, instituições, movimentos, ou qualquer outro grupo. Juntos articulam, reúnem recursos e unem forças em benefício de pautas que acreditam ou para resolver questões locais.


Esses grupos exercem a política, de forma independente de cargos e, na maioria das vezes, de forma apartidária. Tendo sua própria organização e regras, que esclarecem como seu trabalho é realizado e em benefício de quem ou o que.


Outra forma de exercício político na sociedade civil é pelo interesse e observação das questões públicas na comunidade em que você vive — seja no bairro, cidade, estado ou país.


Se informar, buscar compreender os diferentes argumentos e motivações e participar, expondo sua opinião, dando seu voto (a partir de conselhos participativos) e principalmente, abrindo diálogos sobre esses temas com as pessoas, a sua volta, como família, amigos e colegas de trabalho.


Tornando o tema mais amigável, acessível e naturalmente presente na convivência social, uma vez que ele interfere diretamente na existência de todos.


O Pessoal também é político


Olhando a política como mediadora de relações de poder e articulação de interesses, também é político como pessoalmente nos relacionamos com os outros e com os espaços que frequentamos. Afinal, sempre há uma relação de poder envolvida — seja ele hierárquico, aquisitivo, normativo — em tudo que fazemos.


Dessa forma, o que consumimos, onde moramos, com quem convivemos, as oportunidades e pessoas a que temos acesso dizem muito sobre essas relações e sobre nós. Portanto, refletir sobre como nossas escolhas e ações pessoais impactam nosso entorno e podem contribuir para um bem maior, também é político.


Agir conscientemente em prol de mais diversidade, respeito, empatia e desenvolvimento social justo e igualitário é também um ato político. Como?


Além das formas de participação civil que já citamos aqui, destacamos gerar oportunidades que valorizem a diversidade, o apoio e incentivo — seja comprando ou divulgando — negócios e iniciativas de pessoas periféricas, distantes naturalmente das oportunidades dos grandes centros.


Estudar e se informar a partir de fontes diferentes do padrão tradicional acadêmico, que historicamente contempla homens, heteros e brancos, buscando ouvir, ler e considerar também a história narrada por negros (as), indígenas, mulheres, LGBTQIA+, e por aí vai.


Diversificar o olhar, observar criticamente o nosso redor e sempre questionar porque em um país tão diverso quanto o Brasil são majoritariamente pessoas héteros e brancas que estão nas em posições de poder e influência?


Isso também é político!



Política como ferramenta de transformação


Compreender a importância e presença da política no nosso dia a dia é um passo fundamental para aceitar que ignorar a política é uma ilusão.


Primeiro porque, como vimos, tudo em nosso cotidiano é político. E segundo, porque é somente pela própria política — com o exercício da nossa cidadania — que conseguiremos transformar os ambientes em que vivemos.


No Brasil, politicamente polarizado, com baixos índices de acesso à educação de qualidade e uma imensa desigualdade social, é urgente voltarmos a acreditar na política. Pois, somente através dela que poderemos transformar democraticamente essa realidade, rumo a uma sociedade mais justa e igualitária.


Para isso, dependemos da conscientização sobre a importância da participação cidadã, não só como um direito mas um dever de todos. Sendo necessário preparar cada indivíduo sobre como participar, de forma crítica e autônoma, nas decisões que impactam na sua vida e da sua comunidade.


“Para uma democracia mais estável e saudável, a gente precisa de cidadãos mais bem preparados para participar da política. Isso significa que a gente precisa aumentar a cultura política no nosso país”. Beatriz Pedreira, do Instituto Update

Sendo preciso desmistificar o tema, tornando-o mais acessível e compreensível como também, desestigmatizá-lo, a partir da educação e informações que esclareçam seu sentido e aplicabilidade.


Para isso, Beatriz afirma ser preciso aumentar a nossa cultura política, para vermos a democracia como um valor, fundamentado no debate para um consenso, visando o bem comum.


E você, já pensou sobre isso? Vamos conversar nos comentários.

 

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