Pensando o planejamento pessoal como uma construção individual e coletiva do futuro.
Projeto de vida e Política — qual a relação?
Projeto de vida, pensar em quem eu sou e quem eu quero ser no futuro.
Planejar, se dedicar ao autoconhecimento e autodesenvolvimento, para atingir os objetivos definidos.
Parece simples, mas a verdade é que é raro quem se dedique a isso espontaneamente.
Normalmente, pensamos nisso já na fase adulta, quando a responsabilidade (e alguns boletos) batem à porta. Ter um emprego, estudar para conseguir evoluir na profissão, morar sozinho, cuidar da casa, de si e talvez de pets e plantas, muitas vezes são coisas que “acontecem”.
Contudo, nos conhecermos e pensarmos para onde queremos ir, na vida pessoal e profissional, como um projeto, pode ajudar na centralização de esforços e priorização de ações. Além de dar outro sentido às nossas escolhas, mesmo as de longo prazo, uma vez que sabemos onde vamos chegar.
Reconhecendo a importância desse movimento, a reforma do Ensino Médio, dentre outras mudanças, incluiu no currículo o chamado Projeto de Vida, para estimular os jovens a pensarem e planejarem seu futuro desde cedo.
Projeto de vida no ensino médio — o que é
Conteúdo obrigatório no Novo Ensino Médio desde 2022 o Projeto de Vida passou a ser abordado na rede pública. Podendo ser trabalhado como uma disciplina específica ou como uma temática abordada interdisciplinarmente, a intenção é estimular os alunos a dedicarem um tempo para pensar e planejar o seu futuro.
Visando o desenvolvimento de competências socioemocionais, que contribuam na sua trajetória acadêmica, profissional e emocional, o Projeto de Vida é embasado nas 10 competências gerais da BNCC, devendo focar no desenvolvimento do protagonismo do aluno.
Conheça as 10 competências gerais da BNCC
1. Conhecimento
2. Pensamento científico, crítico e criativo
3. Senso estético e repertório cultural
4. Comunicação
6. Autogestão
7. Argumentação
8. Autoconhecimento e autocuidado
9. Empatia e cooperação
10. Autonomia
Em sala de aula o professor atua como um mentor, conduzindo reflexões sobre a vida pessoal do aluno — quem sou, qual minha identidade e valores, minha origem, como lido com sentimentos — e profissional — quais minhas aptidões, gostos e interesses, para traçar o caminho de uma carreira.
Deve-se considerar também o aspecto social, compreendendo em qual contexto o aluno está inserido, identificando oportunidades e desafios, explicando direitos e deveres e como o mundo impacta em suas decisões. Desenvolvendo consciência social e cidadania, que contribuem gerando pertencimento, responsabilidade e senso crítico.
Numa relação próxima, amigável e com escuta ativa, mais do que ensinar ou cumprir um currículo, o educador precisa de sensibilidade para ouvir o aluno, promover o diálogo e orientá-lo. Incentivando que durante esse processo, ele faça sua autoavaliação como uma manutenção do seu protagonismo.
O que isso tem a ver com política?
Tudo!
Conforme já abordamos por aqui, em um cotidiano político, rejeitar a política é ilusão, ela é intrínseca a nossa existência e convivência social.
Portanto, ao pensarmos quem somos — nossos valores, propósitos, interesses e crenças —, qual nosso lugar no mundo — como nos posicionamos e o que esperamos do futuro é totalmente político.
E a implementação do Projeto de Vida no período escolar, permite que jovens desde cedo se entendam como parte de um coletivo (sociedade) e que suas escolhas individuais dependem e influenciam esse coletivo.
Construir essa consciência e trabalhar intencionalmente na busca de conhecimento e aperfeiçoamento pessoal e profissional, prepara o jovem para a vida adulta, tornando-o não só uma pessoa melhor, mas também um cidadão mais preparado.
Com clareza, autonomia e senso crítico, para compreender o impacto das suas escolhas, a complexidade que envolve a vida adulta, com toda burocracia, direitos, deveres e necessidades de fazer escolhas, que a envolve.
O planejamento pessoal como uma construção coletiva do futuro
Ao realizar seu planejamento pessoal, avaliando cenários e fazendo escolhas para si, o jovem experimenta o exercício cidadão, na prática.
Além disso, entender quem somos, o que é importante pra nós e o que desejamos para nossa comunidade, contribui para a futura escolha de ideologias, perfis e plataformas políticas que nos representam.
Da mesma forma, evidencia para cada um quais são os temas que mais lhe comovem e interessam, podendo orientar o jovem não só para uma profissão, mas para causas as quais se identifica e deseja defender.
Gerando um propósito amplo, com significado individual mas também social e consequentemente, político.
Por isso, que nós entendemos ser fundamental levar o ensino sobre política para o ambiente escolar, aproveitando esse período de autoconhecimento e autodesenvolvimento, ideais para a formação cidadã.
Num ambiente seguro, amigável e livre de interferências partidárias ou ideológicas, que permitam ao aluno a liberdade e autonomia para refletir criticamente sobre sua realidade, sonhar e planejar seu futuro.
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