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Comunicação Não Violenta: o que é e como adotá-la em conversas sobre política.

Adotando as técnicas da CNV em conversas difíceis.


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Comunicação Não Violenta: o que é e como adotá-la em conversas sobre política.


Conversar sobre política sempre foi complicado, nos últimos anos então nem se fala. Já abordamos esse tópico por aqui em outros artigos, vale visitar nossos conteúdos e conferir.


Porém, hoje queremos falar de como tornar a convivência e conversas sobre temas difíceis, como a política, mais amigáveis e menos violentos.


A manutenção da democracia e o exercício cidadão dependem de uma união social, com indivíduos pensando e agindo em prol do coletivo em suas ações e decisões. E nesse processo, muitas vezes convivemos com ideias e comportamentos diferentes do nosso. Outras vezes, temos dificuldade de defender nossas ideias sem agredir as ideias do outro.


Quanto mais delicado o tema, mais relevante é estarmos atentos a nossa forma de comunicar, visando ser compreendido por um diálogo amigável e respeitoso.


Para isso acontecer, nós acreditamos nos princípios da Comunicação Não Violenta (CNV), criada pelo psicólogo Marshall Rosenberg. Vem conhecer como ela funciona e como aplicá-la ao debate político.



O que é a CNV? 

Comunicação Não Violenta, também conhecida como CNV, é uma prática comunicacional que visa melhorar a compreensão e colaboração nas relações humanas.


Dedicando desde a década de 60 sua carreira acadêmica a estudar comportamentos violentos na sociedade, Marshall tinha uma preocupação com reações violentas e posturas defensivas nas relações. Seu objetivo era descobrir meios de construir uma cultura de paz e contextos mais justos.


A partir disso criou a abordagem da CNV, que contempla habilidades de comunicação não verbal (gestos, expressões faciais ou corporais, imagens ou códigos) e verbal (escrita ou falada), buscando fortalecer a conexão nas relações por meio de compaixão e empatia.


Pois dessa forma, alteramos a maneira de falar e ouvir, pensando na necessidade por trás da mensagem, acolhendo-a de forma honesta e respeitosa.


A prática da comunicação não violenta orienta interlocução em quatro aspectos:

 

1. Observação — Devemos considerar o contexto em que a comunicação ocorre, ouvindo e refletindo sobre o que realmente está acontecendo e sendo dito, sem avaliações prévias. Com foco em uma conversa produtiva e respeitosa.


2. Sentimentos — Expressar, de forma honesta e clara em nossa fala, os sentimentos que temos em relação à situação. Isso, segundo Marshall, revela nossas necessidades.


Para isso, é necessário se mostrar vulnerável e ter vocabulário suficiente para descrever o que sentimos em relação aos fatos. É muito comum confundirmos sentimentos com opinião, como, por exemplo, dizer: “Sinto que isso vai dar errado”, quando, na verdade, sentimos medo, insegurança e preocupação.


Essa falta de vocabulário dificulta a comunicação, exigindo uma dedicação prévia para desenvolver a habilidade de comunicar sentimentos e emoções com clareza.


3. Necessidades — A CNV nos diz que “por trás de toda ação, existe uma necessidade humana universal” e, como vimos, essas necessidades são reveladas por meio dos nossos sentimentos.


Compreendendo que nós e o outro sentimos o que sentimos, pois temos necessidades humanas para serem atendidas, permite uma compreensão mais ampla do que está sendo pedido na conversa. Além de aumentar a compreensão e empatia por si e pelo outro.


4. Pedidos — São a expressão clara e objetiva de como gostaríamos de ter nossa necessidade atendida.  Não se trata de uma ordem ou exigência, mas sim da honesta expressão do que é relevante para nós e como seria importante que a outra pessoa entendesse e atendesse a esse pedido.


Lembrando sempre que o foco é o fortalecimento das relações, em um ambiente pacífico e justo. Ao fazer pedidos, estamos dando a oportunidade da outra parte colaborar para o fortalecimento da relação e a construção desse ambiente, não a obrigando.


Vale considerar que um diálogo é uma via de mão dupla, e precisamos exercitar a CNV na nossa fala e na nossa escuta. Estando também abertos para compreender os sentimentos, necessidades e pedidos da outra parte.


Evitando os padrões identificados por Marshall como “linguagem alienante da vida”, que consiste em julgar, rotular, criticar e diagnosticar. O que vale é o que está literalmente sendo dito, não a análise que fazemos em nossa cabeça.


Leia também: Como tratar de assuntos complexos de forma simples?

Como adotar a CNV ao discurso político?


Compreendendo os princípios da CNV fica fácil pensar em sua aplicabilidade em diálogos difíceis, como são os sobre política.


Exercitando o que em CNV se chama de “curiosidade empática”. Sem julgamento, mesmo não concordando com as ideias da outra parte, podemos ouvir e compreender seu ponto de vista.


Da mesma forma, ao expressarmos nossas ideias atentos aos 4 princípios da CNV, temos mais chances de sermos compreendidos e mantermos um diálogo produtivo e respeitoso.


Como fazer isso, na prática?


Observe o contexto e escute de mente e coração aberto, aberto ao que está de fato sendo dito.


Busque compreender o sentimento da outra pessoa, diante da situação e do que está sendo dito, que levará a identificação da necessidade expressada.


Para, então, entender o pedido que está sendo feito, avaliando atender à necessidade da outra pessoa.


Vejamos um exemplo para ficar mais claro:


“Sempre que falamos sobre política no almoço de domingo, vejo que você se altera e me parece bravo (observação). Isso me deixa receoso e triste (sentimento), porque eu acredito que poderíamos conversar sobre política trazendo os nossos pontos de vista, mesmo que eles sejam contrários (necessidade). Gostaria de entender seu posicionamento e que você me escutasse (pedido).” Exemplo elaborado pelo portal Politize.


Para saber mais:


Aplicar a CNV em nosso cotidiano exige intenção e prática, para aos poucos rompermos com padrões antigos e conseguirmos dialogar de uma nova forma.


Para quem gostou dessa alternativa e quer se aprofundar no tema, separamos alguns conteúdos relevantes:






  • Perfil da Mentora e Palestrante de Comunicação Não Violenta Goreti Pereira, LinkedIn.

 

Já utilizou a CNV por aí?

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